domingo, 12 de novembro de 2017

ESCRITORAS QUE TODOS PRECISAM CONHECER, LEMBRAR E LER: 7 BRASILEIRAS ESPETACULARES!!

        Essas mulheres cronistas,  romancistas, poetisas, contistas, professoras, jornalistas, mães, esposas,  frágeis, fortes, tristes, alegres, insanas, lúcidas, incríveis,z acompanham desde cedo as nossas vidas, muito do que somos devemos a elas, à leitura de seus livros, esse post é minha homenagem, a todas! 

       Não esqueci as igualmente importantes Cora Coralina, Adélia Prado, Marina Colasanti, Nélida Pinõn, Lya Luft, Lygia Bojunga, Ana Maria Machado, é que ficaria imenso esse post, escolhi a dedo as que estão mais guardadas no fundo do coração! De todas essas que escolhi, a única viva é a Lygia Fagundes Telles, que esse ano faz 93anos!

                                                       LEIA! Livros impressos, e-book, PDF, HTML, ePub, o que for, seja  no Computador, no Tablet ou no Smartphone, mas LEIA!

Cronologicamente começamos com:

           MARIA JOSÉ DUPRÉ nasceu numa fazenda na divisa do Paraná com São Paulo em 1898, foi alfabetizada pela mãe e pelo irmão, em São Paulo cursou a Escola Normal onde se tornou professora.      

 
     
   Em 1939 publicou o conto Meninas Tristes na seção literária do jornal Estado de São Paulo e não parou mais de escrever. Incentivada pelo marido começou a escrever outros contos, mas sua carreira começa mesmo em 1941 com o livro O Romance de Teresa Bernard, onde assina a autoria  como Senhora Leandro Dupré.


           Depois desse primeiro livro vieram muitos outros, em sua maioria infanto juvenis, mas foi o romance Éramos Seis, que virou novela na TV e  foi  prefaciado por Monteiro Lobato, seu livro mais conhecido, premiado pela Academia Brasileira de Letras. Outros livros também foram premiados com o Jabuti e pela Câmara do Livro. A série Vaga Lume da Editora Ática lançou muitos livros da Dupré. Éramos Seis é um clássico imperdível.


             Em seus livros Maria José Dupré tratava com simplicidade e realismo as relações familiares, sociais, o cotidiano feminino, angustias, tragédias, imperdível a leitura dessas obras. Faleceu aos 79 anos em 1984 no Guarujá.




CECÍLIA MEIRELES era descendente de portugueses, nasceu no Rio de Janeiro em 1901, foi criada pela avó, era orfã de pai e mãe e a única sobrevivente de quatro irmãos. Cecília foi uma dessas mulheres espetaculares por natureza, poetiza, jornalista, pintora, professora, estudou canto, violino, violão, se destacava desde os tempos da escola tendo recebido uma medalha de ouro das mãos do próprio Olavo Bilac (simm, o grande poeta Bilac aquele do: ora direis ouvir estrelas... amo!) por seu excelente desempenho escolar. Teve como professor Osório Duque Estrada ( sim é o mesmo que compôs o Hino Nacional). 



          Aos 18 anos em 1919 lança Espectros, seu primeiro livro de sonetos e assim inicia sua carreira brilhante. Casa-se em 1922 com um artista plástico  português pai de suas três  meninas, as Marias. 
         Em 1935 o marido de Cecília, perturbado pela depressão, se enforca dentro de casa! Em carta Cecília revelou "eu o amei sobre todas as coisas". Casa-se de novo cinco anos mais tarde, com um engenheiro, começa a escrever sobre educação, trabalhando como jornalista.



       Cecília era múltipla influenciada pelas mais diversos estilos literários, criou a seu próprio!                   Escrevia lindamente, com a alma exposta e a dose certa de melancolia, saudade, amor e solidão, segundo ela, "a vida só é possível reinventada".Cecília foi muito homenageada e premiada é considerada uma das mais importantes escritoras da língua portuguesa, faleceu em 1964 aos 63 anos de câncer. 











LÚCIA MACHADO DE ALMEIDA nasceu em 1910 na fazenda Nova Granja no município de Santa Luzia, em  Minas Gerais, seus livros infanto juvenis encantaram e encantam até hoje, quem se esquece de Xisto no Espaço, Spharion, da Borboleta Atíria e tantos outros livros deliciosos dela?              Lúcia dizia que havia se tornado escritora por acidente, para distrair os filhos que estavam com sarampo e assim em 1942 criou o personagem Piabinha.


       
         Na verdade, Lúcia é de uma família de escritores, seu irmão era o Aníbal Machado, seu primo era o Murilo Mendes e ela era tia da Maria Clara Machado, já tinha a literatura na veia, sua vivência na fazenda resultou em uma mentalidade fértil, criativa e alegre, escrevia de jeito simples para alcançar todo mundo!

                                                    Entrevista Lúcia Machado

Viajou muito pelos EUA e Europa fazendo conferências para o Ministério das Relações Exteriores, trabalhou como jornalista, traduziu obras de Balzac e de outros escritores. Lúcia dizia que “o livro bom para criança é aquele que desperta nela uma curiosidade para o mundo”. Lúcia conseguiu desperta até hoje a curiosidade de inúmeros leitores, prova disso são as sucessivas reedições de suas obras. faleceu em 2005 de pneumonia, completaria 95 anos em poucos dias.
















RACHEL DE QUEIROZ nasceu em 1910 em Fortaleza no Ceará,  era descendente do escritor José de Alencar por parte de seu pai. Foi romancista, jornalista,  tradutora e a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.


        Em 1915, fugindo da seca sua família se mudou para o Rio de Janeiro e daí Rachel tirou a inspiração para escrever o seu primeiro livro, O Quinze aos 19 anos em 1927 e com ele ganha fama nacional. Nos anos trinta Rachel milita a favor do Partido Comunista Brasileiro, tendo sido perseguida por Getúlio Vargas, então presidente do Brasil desde o Golpe de 30. Foi presa em 1937 e anos depois passou a apoiar o regime militar implantado em 1964, chegou a fazer parte do Arena, partido base do governo militar no Brasil.


Era brilhante e incansável, escreveu muito, traduziu vários livros de Jane Austen, Agatha Christie, Balzac, Dostoiévski entre outros, foi muito premiada, recebendo inclusive o Prêmio Camões pelo livro Memorial de Maria Moura que virou minissérie na TV, assim como outras obras suas, faleceu tranquilamente deitada em sua rede no Rio de Janeiro em 2003, aos 92 anos.


                                                         Entrevista de Rachel

















CLARICE LISPECTOR nasceu em 1920 na Ucrânia, era de uma família de judeus russos que perderam tudo e vieram fugidos da perseguição na época da revolução Russa, para o Brasil. Instalaram -se em Maceió a princípio, em Pernambuco no Recife e depois mudaram-se para o Rio de Janeiro. Em 1939  Clarice foi estudar Direito na Universidade do Brasil, mas era apaixonada mesmo era por  por literatura.


       Em 1943 aos 24 anos  escreve seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem, com ilustrações do grande pintor francês, Henri Matisse.



           Clarice casou-se com um colega de faculdade que tornou-se diplomata e foi pai de seus dois filhos, acompanhando o marido morou na Itália, Inglaterra, EUA e Suíça. A  tônica principal dos livros de Clarice foi a questão existencial, por isso foi considerada uma escritora hermética, dizia que "escrevia pra fugir de si mesma" e que sua obra "toca ou não toca" as pessoas.

                                            Entrevista de Clarice, pouco antes de morrer!




         Traduziu diversas obras, falava várias línguas, iídiche (língua judaica que falava só em família) inglês e francês. Clarice recebeu muitos prêmios e é considerada umas das escritoras mais importantes e influentes do século XX seus livros foram traduzidos para o inglês, francês, alemão , espanhol . Morreu aos 57 anos  vítima de um câncer implacável no ovário.




















LYGIA FAGUNDES TELLES nasceu em São Paulo em 1923, pode ser considerada uma garota prodígio pois aos oito anos já escrevia contos e aos 15 anos publica o seu primeiro livro, Porão e Sobrado. Além de ser um grande nome da literatura nacional é conhecida em vários países, seus livros foram  traduzidos em muitos idiomas. Em 2016  aos 92 anos, Lygia foi indicada para o Nobel de Literatura, a única brasileira a ter a honra de ser indicada para esse prêmio internacional.




                                                           Entrevista de Lygia

              Em 2016  aos 92 anos, Lygia foi indicada para o Nobel de Literatura, a única brasileira a ter a honra de ser indicada para esse prêmio internacional.



                Lygia continua a frequentar as reuniões da Academia Paulista de letras, sempre com bom humor e sorridente, Lygia faz um apelo: "Faço um convite ao jovem leitor: Me leia. Não me deixe morrer!" Nem precisava, você é imortal Lygia!











HILDA HILST  nasceu em Jaú em 1930 era filha única do fazendeiro de café,  jornalista e poeta, Apolônio Almeida Prado Hilst. Quando tinha dois anos seus pais se separam e Hilda foi morar em Santos com a mãe.Seu pai tinha 35 anos esquizofrenia e passou a maior parte da vida internado em sanatórios até 1966 quando morreu. Em 1948 Hilda entrou para fazer Direito na  Faculdade do Largo do São Francisco, onde conhece a grande amiga Lygia Fagundes Telles.


                   Em 1950 escreve seu primeiro livro Presságio e balada da Alzira em 1951. Termina em 1952 a faculdade de Direito, leva uma vida boêmia em São Paulo, em 1957 viaja por sete meses pela Europa até que em 1964 decide largar a vida agitada de São paulo após a leitura do livro Carta a El Greco do grego kazantzakis.  Constrói na fazenda de seu pai a sua chamada Casa do Sol e lá vai morar em 1966 com o escultor Dante Casarini.


Hilda escreve muito nos anos seguintes,  e como Clarisse Lispector é considerada uma das maiores escritores da língua portuguesa do século XX, escreveu poesia, ficção, crônicas, foi muto premiada e escreveu sem medo, sem preconceito, abordou de forma direta assuntos considerados tabus, escreveu com erotismo e pornografia também livremente sem pudores! Faleceu em 2004 em Campinas aos 73 anos de falência múltipla, depois de uma operação mal sucedida devido a uma queda que lhe custou uma fratura no fêmur, como tinha insuficiência cardíaca e pulmonar, seu estado se complicou.




Os amigos  Caio Prado Jr (já falecido) Lygia Fagundes Telles, professor Robby e Hilda Hilst. Caio na época da ditadura foi muito perseguido e passou um bom tempo escondido lá na Casa do Sol da Hilda. A Casa do Sol é a Sede do Instituto Hilda Hilst, que conserva a biblioteca particular de Hilda e é aberta a estudiosos e pesquisadores.




                                                    Entrevista com Hilda




























2 comentários:

  1. Muito bom!! Adoro ler. Viajo na leitura do livro!

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    1. Também adoro, essas escritoras fazem parte de todas as fases da minha vida, amo muito! Bjoo!

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